Recaída e retomada da Recuperação

Recaída e retomada da Recuperação

Completei 90 dias de abstinência. É muito bom alcançar esta marca. Consegui esta façanha mais seriamente agora do que antes da minha recaída, na primavera passada. Partilhando minha experiência desde a recaída, a força de vontade na minha pequena recuperação e minha esperança no futuro, desejo que a minha história possa ajudar outro dependente em recuperação.

Entrei em recuperação da dependência de sexo em 1994. Meu programa incluía de 3 a 5 reuniões por semana, prestar serviço para a irmandade de DASA, terapia de grupo semanal, serviços de culto, e oração diárias. Eu tinha um padrinho com quem eu falava regularmente, escrevia no meu diário e comecei a ligar freqüentemente para pessoas de outro programa.

Em princípio de 1996 determinei 16 meses de abstinência junto à minha original linha de conduta.
Tudo parecia estar indo muito bem. Me orgulhava do trabalho que estava desempenhando e simultaneamente estava atingindo a conseqüência dos dias de sobriedade. Porém, a minha recaída me mostra agora, que eu não estava trabalhando o programa de recuperação com força suficiente.

Fazendo uma retrospectiva, reparo que a minha recaída começou muito antes que eu tivesse alguns deslizes em algumas linhas de conduta na primavera passada. Minha recaída recomeçou em meados de 1995. Naquele tempo eu permitia ser levado pelas circunstâncias, fora do meu caminho de recuperação, durante um pequeno período. Primeiro, minha mulher e eu estávamos tendo problemas no casamento. Deixei esses novos problemas seguirem sem rumo. Estava muito feliz por que a minha mulher decidiu ficar comigo quando entrei na primeira recuperação. Rapidamente consegui sua compreensão para os nossos problemas, concedidos e admitidos, se avolumarem.

Segundo, como reação à tensão no casamento, paramos de tomar juntos o café da manhã. Na realidade, parei de tomar o café da manhã. Mais tarde, essa decisão, contribuiu para o crescimento da minha depressão de baixa-estima. Terceiro, eu estava tentando dirigir um desordenado número de outras situações estressantes: usar novas tarefas de trabalho; acostumar-me à nova dentadura; um colégio para meu filho freqüentar; lamentando o custo deste colégio; trabalhando com um consultor para direcionar a minha crescente insatisfação no trabalho; e fazendo o quarto passo da minha dependência de sexo.

Ao mesmo tempo que eu permitia que estas circunstâncias fossem construídas uma sobres as outras, minha dependência – que está sempre procurando uma oportunidade para “ajudar-me a sair’- descobriu o sexo no computador. Eu não tinha nenhuma experiência anterior nesta forma de agir. Inocentemente numa noite eu entrei nas salas de conversa, enquanto usava um dos serviços de acesso comercial da internet. Em semanas, eu voltei à ativa, em duas formas anteriores de comportamento – sexo por telefone e masturbação.

Rapidamente comecei a me isolar em casa e no trabalho. Mentia para minha mulher o porquê ficava até tão tarde da noite no computador. Estava gastando o dinheiro da família em chamadas telefônicas e contas de computador. Usava o cartão de crédito de telefone para fazer ligações de longa distância. Também tinha recaído no meu procedimento primário – sexo com prostitutas.

Agradeço à bondade de alguns companheiros que praticavam os passos por me ajudarem. Um companheiro foi delicado o suficiente ao mencionar minha série de “deslizes” – os quais eram na realidade – a recaída. Essa realidade finalmente chamou a minha atenção. Então, cada membro do meu grupo de terapia me persuadiu a fazer uma internação. Meu Poder Superior me deu força de vontade e meios para eu ir tão rápido quanto possível. Estive internado por 90 dias. Durante esse período fui privilegiado com imensos presentes.

Fiquei abstinente de toda a minha linha de conduta da ativa, a qual agora incluía sexo pelo computador. Adquiri uma compreensão mais clara do porquê chegava a abusar de sexo como um jovem e como hoje eu sou um dependente de sexo. Eu não sou o primeiro dependente de sexo da família. Minha espiritualidade tornou-se mais profunda. Identifiquei caminhos saudáveis para ir ao encontro das necessidades às quais antes eu usava o sexo para satisfazer. Meu senso de amor próprio aflorou. Novas idéias passaram na minha cabeça, enquanto ouvia as antigas. Adquiri um profundo entendimento de quanto a minha doença é perigosa.

Mas estes ganhos vieram com um alto preço. Minha mulher e eu estamos separados; pedi a separação e então pude me concentrar na minha recuperação. Não podia ver minha filha sozinha. Meu casamento não pôde sobreviver. Fizemos um empréstimo, para a minha internação. Minha mulher ficou cheia de raiva e simplesmente não acreditou em mim. Meu filho sente muita raiva de mim. Minha filha pensa que eu a abandonei e quer um novo pai. Apesar destes custos, estou otimista quanto ao futuro. Agora eu vejo o copo estando meio cheio em vez de meio vazio. Sei que o meu Poder Superior está sempre comigo e que eu não preciso trilhar o caminho da minha recuperação, sozinho. Meu programa de recuperação está fortalecido e mais robusto que nunca. Aprendi muito com a minha experiência de recaída e estou muito grato por outra chance na vida.

Anônimo